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O Maior Jato de Buraco Negro Já Visto no Universo Jovem

Os buracos negros são famosos por devorar tudo ao seu redor, mas nem todo material que se aproxima deles desaparece para sempre. Parte dessa matéria é expelida em velocidades absurdas, formando jatos colossais de energia. Agora, os astrônomos encontraram o maior jato de buraco negro já registrado no universo primitivo, um verdadeiro monstro cósmico que surgiu quando o universo tinha apenas 1,2 bilhão de anos – ou seja, meros 9% da sua idade atual.

Um Jato Duas Vezes Maior Que a Via Láctea

A descoberta, liderada por Anniek Gloudemans, revelou um jato que se estende por 200.000 anos-luz – o dobro do tamanho da nossa galáxia. Ele está ligado a um buraco negro supermassivo no coração do quasar J1601+3102, que tem 450 milhões de vezes a massa do Sol.

Apesar de décadas de pesquisa, jatos desse porte nunca haviam sido detectados no universo primitivo. O motivo? A radiação remanescente do Big Bang, chamada de fundo cósmico de micro-ondas, enfraquece esses sinais ao longo do tempo. No entanto, este jato era tão intenso que conseguiu atravessar essa barreira e ser detectado pelos radiotelescópios da Low Frequency Array (LOFAR).

Image credit: NOIRLab/NSF/AURA/M. Garlick

A Primeira Evidência de Jatos Gigantes no Início do Universo

A descoberta não foi apenas um golpe de sorte. Gloudemans e sua equipe já haviam identificado esse quasar em 2022 e perceberam que ele brilhava mais do que qualquer outra galáxia ao seu redor. Isso chamou atenção e levou a novas observações usando uma rede de 51 antenas espalhadas pela Europa, criando um supertelescópio do tamanho de um continente.

O resultado? Uma imagem detalhada revelando um lobo de jato ao norte e uma gigantesca estrutura ao sul. Após uma análise cuidadosa, a equipe confirmou que essa estrutura era realmente parte do mesmo jato, tornando-o o maior já encontrado nesse período da história cósmica.

Image credit: LOFAR/DECaLS/DESI Legacy Imaging Surveys/LBNL/DOE/CTIO/NOIRLab/NSF/AURAImage processing: M. Zamani (NSF NOIRLab)

O Que Isso Significa Para o Entendimento do Universo?

A presença desse jato sugere que esses fenômenos eram mais comuns no início do universo do que imaginávamos. Isso é crucial porque os jatos de buracos negros desempenham um papel fundamental na evolução das galáxias. Eles podem:

  • Aquecer o gás ao redor e impedir a formação de novas estrelas.
  • Expulsar matéria para longe, alterando a estrutura da galáxia.
  • Criar campos magnéticos e distribuir elementos pesados pelo cosmos.

Ou seja, esses jatos não são apenas feixes de luz impressionantes – eles podem ter moldado o universo como o conhecemos hoje.

Foto: Ilustração

5 Impactos Práticos Dessa Descoberta

  1. Melhor compreensão da evolução das galáxias – Os jatos podem ter influenciado a formação de estrelas e planetas.
  2. Novos insights sobre buracos negros – O estudo desafia a ideia de que apenas buracos negros gigantescos geram jatos poderosos.
  3. Avanços em tecnologia de radiotelescópios – A técnica usada pode ajudar a encontrar mais jatos no universo primitivo.
  4. Melhoria na busca por vida extraterrestre – Ao entender como as galáxias se formaram, podemos identificar regiões mais propícias à vida.
  5. Testes para teorias cosmológicas – A existência desse jato ajuda a refinar modelos sobre a evolução do universo.

O Que Vem a Seguir?

Gloudemans e sua equipe acreditam que muitos outros jatos como esse estão escondidos no universo primitivo, esperando para serem descobertos. Cada nova detecção pode nos levar um passo mais perto de entender como o cosmos se transformou no que vemos hoje.

Se um único buraco negro conseguiu lançar um jato gigantesco em um universo ainda jovem, imagine o que mais pode estar lá fora. O espaço nunca foi tão fascinante – e essa é só a ponta do iceberg.

Fonte: Livescience

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