O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, chega a Washington para uma conversa decisiva com Donald Trump. Em pauta: a segurança da Ucrânia diante da ameaça russa e um novo acordo econômico entre os dois países. A reunião acontece em um momento delicado, em que Kyiv busca garantias concretas para impedir futuras agressões da Rússia.
O grande problema? Trump ainda não se comprometeu com nenhum tipo de garantia militar. Enquanto isso, a Europa tenta organizar uma missão de paz, mas enfrenta dificuldades para reunir tropas suficientes. No meio desse impasse, a Ucrânia precisa de uma resposta clara: haverá apoio real ou apenas promessas vagas?
Um Acordo Econômico Que Pode Mudar o Jogo
Apesar das incertezas sobre segurança, um acordo econômico histórico entre Ucrânia e EUA está prestes a ser assinado. A proposta prevê um fundo de investimentos gerenciado em conjunto pelos dois países, no qual a Ucrânia comprometerá 50% da receita futura de seus recursos naturais – como minérios e petróleo – para financiar a reconstrução do país.
Trump vê isso como uma forma de compensação pelos bilhões de dólares em ajuda militar enviados sob o governo Biden. Mas Zelenskyy deixa claro: sem garantias de segurança, a Ucrânia não pode simplesmente abrir mão de seus recursos estratégicos.
“Esse acordo pode fazer parte das futuras garantias de segurança, mas quero entender a visão mais ampla. O que espera a Ucrânia?”, questionou Zelenskyy.
Foto: Zelenskyy & Trump |
Trump e a Relutância em Garantir Apoio Militar
Diferente de seus antecessores, Trump tem sido evasivo sobre compromissos militares com a Ucrânia. Durante a semana, ele deixou claro que não pretende oferecer garantias sólidas:
“Não vou dar garantias de segurança... muito pouco. A Europa que deve fazer isso.”
Com essa postura, Kyiv teme que um acordo mal negociado possa dar tempo para a Rússia reagrupar suas forças e atacar novamente no futuro. E há razões para essa preocupação: recentemente, Trump teve reuniões com Putin e oficiais russos sem a presença de líderes europeus ou ucranianos.
Enquanto isso, Reino Unido e França tentam organizar uma missão de paz, mas sem um apoio americano significativo, a viabilidade dessa operação ainda é incerta.
E a Entrada da Ucrânia na OTAN?
Desde o início da guerra, a Ucrânia tem lutado para entrar na OTAN, buscando uma proteção permanente contra futuras invasões. Mas Trump já foi categórico:
“A Ucrânia pode esquecer isso.”
Com a porta da OTAN fechada por enquanto, resta a dúvida: qual será a alternativa para garantir a segurança do país? Zelenskyy mencionou a possibilidade de um acordo de segurança bilateral, mas até agora Trump não demonstrou interesse em discutir essa opção.
O Papel dos EUA no Futuro da Ucrânia
Mesmo sem garantias militares diretas, Trump sugere que a presença econômica americana pode, indiretamente, fortalecer a segurança da Ucrânia. Segundo ele:
“Se os EUA estiverem lá, ninguém vai querer mexer com nossos interesses.”
Ou seja, a ideia é que o envolvimento financeiro americano possa ser um fator dissuasório contra futuros ataques russos. Mas será que isso realmente basta?
O Que Essa Reunião Significa Para o Futuro da Ucrânia?
- O destino da segurança ucraniana está em aberto – Sem apoio militar direto dos EUA, a Ucrânia pode ficar vulnerável.
- A entrada na OTAN está cada vez mais distante – Trump deixou claro que isso não está nos planos.
- A missão de paz europeia enfrenta desafios – Sem apoio militar dos EUA, Reino Unido e França podem não conseguir viabilizar uma operação eficaz.
- O novo acordo econômico pode mudar a relação entre os países – Mas a Ucrânia precisará ceder parte de seus recursos naturais para reconstrução.
- Trump mantém um posicionamento imprevisível – Suas relações recentes com Putin levantam dúvidas sobre o real comprometimento americano.
O Que Esperar Agora?
A reunião entre Zelenskyy e Trump pode definir o futuro da Ucrânia. Com garantias de segurança ainda nebulosas e um acordo econômico que levanta dúvidas, Kyiv precisa decidir se confia nos EUA como parceiro estratégico ou se busca outras alternativas.
O que está em jogo não é apenas a guerra atual, mas a própria sobrevivência da Ucrânia nos próximos anos. E enquanto Trump segue sem compromissos claros, Zelenskyy precisa agir rápido para garantir que seu país não fique exposto a uma nova ofensiva russa no futuro.
Fonte: Abcnews