Dinheiro não tem asas, mas quando resolve sair do país, parece que pega um voo direto e sem escalas. De acordo com o Banco Central, o Brasil viu um saldo negativo de US$ 3,101 bilhões no fluxo cambial em março, até o dia 14. E o motivo? O canal financeiro, aquele por onde passam investimentos estrangeiros, remessas de lucro e pagamentos de juros, foi o grande responsável por esse desfalque, com uma saída líquida de US$ 3,316 bilhões.
Mas nem tudo foi perda. Pelo lado comercial – onde entram dólares vindos de exportações e saem aqueles usados para pagar importações –, o saldo ficou no azul, com um pequeno superávit de US$ 215 milhões. Nada mal, mas longe de equilibrar a balança.
Dinheiro Indo Embora e Números Preocupantes
Se março não começou bem, a semana entre os dias 10 e 14 foi ainda pior. Só nesse intervalo, o fluxo cambial negativo bateu US$ 2,319 bilhões – um sinal claro de que o capital estrangeiro não está tão empolgado com o Brasil neste momento.
E quando olhamos para o ano todo? Bom, de janeiro até 14 de março, o buraco já soma US$ 10,648 bilhões. Não é pouca coisa.
O Que Isso Significa?
Quando mais dólares saem do que entram, a pressão sobre o câmbio aumenta. Se essa tendência continuar, o real pode perder força frente ao dólar, encarecendo importações e gerando aquele efeito cascata nos preços. O investidor estrangeiro, por sua vez, pode estar de olho em outras oportunidades mundo afora – ou simplesmente esperando um cenário mais previsível por aqui.
De qualquer forma, os próximos dias serão decisivos para ver se essa maré continua ou se o Brasil encontra um jeito de segurar um pouco mais esses dólares antes que sumam pelo horizonte.