Haddad Garante: Sem Gastança para 2026, Mas e o Mercado, Acredita?

Promessa de político sempre vem acompanhada de um ponto de interrogação. Dessa vez, quem foi ao microfone garantir compromisso com a responsabilidade fiscal foi Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Segundo ele, o presidente Lula não pretende desorganizar as contas públicas para vencer as eleições de 2026, caso tente a reeleição.

O alerta, claro, não veio à toa. Há uma sombra que ainda paira sobre a economia brasileira: as medidas de 2022, quando Bolsonaro tentou reverter o favoritismo de Lula abrindo os cofres do governo. O efeito colateral? O Brasil agora precisa lidar com as consequências dessa expansão de gastos.

Mas será que dessa vez o discurso vira prática? E mais importante: o mercado financeiro compra essa ideia?

A Conta de 2022 Ainda Está Sendo Paga

Haddad não mediu palavras ao dizer que o Brasil ainda sente o impacto da gastança eleitoral de 2022. Para ele, a “desorganização total” das contas públicas foi uma escolha política, e não econômica. Segundo sua análise, o governo anterior tomou a decisão de gastar o necessário para tentar impedir o retorno de Lula ao poder.

E o reflexo disso? Déficit nas contas, desconfiança dos investidores e um governo que precisa reequilibrar os números sem desagradar sua base eleitoral.

O Mercado Está de Olho

Empresários e investidores não esquecem fácil. Se em 2022 houve uma escalada de gastos antes das eleições, a preocupação agora é simples: isso vai se repetir em 2026?

Haddad foi enfático: não vai acontecer. Mas o que preocupa o setor produtivo é a capacidade do governo de segurar essa promessa. Até porque, o histórico da política brasileira mostra que, em ano eleitoral, o orçamento público costuma ser tratado como uma fonte inesgotável de recursos.

E é aí que entra um ponto fundamental: credibilidade. Para manter a confiança do mercado, o governo não pode apenas prometer que não vai gastar além da conta – precisa provar isso com ações concretas.

A Nova Aposta: Isenção do Imposto de Renda

Se não será pela gastança, como o governo Lula pretende manter sua popularidade? Uma das principais apostas é a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais.

Haddad está confiante de que o Congresso aprovará a medida. Mas há um detalhe: alguém vai ter que pagar essa conta. E é justamente aí que mora o problema. Para compensar essa renúncia fiscal, o governo precisará encontrar novas fontes de arrecadação – e isso significa, inevitavelmente, aumentar a carga tributária para alguns setores ou contribuintes.

5 Impactos Práticos Dessa Discussão

  1. Expectativa do mercado – Investidores e empresários vão acompanhar de perto se o governo realmente manterá a disciplina fiscal até 2026.
  2. Cenário para 2026 – Se Lula tentar a reeleição, sua estratégia econômica será um fator decisivo na disputa eleitoral.
  3. Nova política tributária – A isenção do IR pode beneficiar milhões de brasileiros, mas exigirá compensações que ainda não estão totalmente definidas.
  4. Influência no câmbio e juros – A percepção de risco fiscal pode impactar o dólar e a política monetária do Banco Central.
  5. Reformas em pauta – A necessidade de equilibrar as contas públicas pode pressionar o governo a acelerar outras reformas econômicas.

Conclusão: O Governo Consegue Segurar a Linha?

A promessa de Haddad é forte, mas será posta à prova nos próximos anos. O mercado já está de olho e, no fim das contas, o que vale são os números, não os discursos.

Se o governo conseguir manter a casa em ordem, poderá colher frutos políticos e econômicos. Mas se a pressão eleitoral falar mais alto, o risco de um novo descontrole fiscal em 2026 pode ser real.

Resta saber se Lula e sua equipe vão realmente resistir à tentação de abrir os cofres em ano de eleição.

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