Itaú Asset Lança FIDC sem Come-Cotas e Mira Investidores Qualificados

O mercado de crédito privado no Brasil está vivendo uma revolução silenciosa, mas poderosa. No meio desse movimento, a Itaú Asset Management, gigante na gestão de fundos, decidiu jogar uma nova carta na mesa: um FIDC sem come-cotas, exclusivo para investidores qualificados.

Parece só mais um fundo? Nem de longe. Essa novidade vem embalada em um contexto de juros altos, busca por diversificação e um mercado de crédito que cresceu exponencialmente nos últimos anos. E tem mais: esse tipo de investimento, antes restrito a grandes corporações e instituições financeiras, agora começa a ganhar espaço entre investidores individuais com maior capital.

Mas, afinal, o que é um FIDC?

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) são basicamente pacotes de crédito agrupados e vendidos a investidores. É como comprar uma fatia do crédito concedido a empresas e pessoas físicas – e lucrar com os juros pagos por esses devedores.

No Brasil, esse modelo ganhou força nos últimos anos, especialmente porque oferece proteção contra a volatilidade dos mercados e pode garantir rentabilidades atraentes. A cereja do bolo? O novo FIDC da Itaú Asset não tem come-cotas, aquele desconto antecipado do imposto de renda que normalmente acontece duas vezes ao ano. No lugar disso, o investidor só paga os 15% de imposto quando decide sacar o dinheiro.

Por que isso importa?

No jogo dos investimentos, tempo é dinheiro – literalmente. Sem a mordida antecipada do Leão, o capital investido cresce sem interrupções, aproveitando o efeito dos juros compostos. É uma vantagem que pode parecer pequena à primeira vista, mas que faz uma diferença absurda no longo prazo.

Além disso, o fundo mira um público mais seleto: investidores qualificados, ou seja, aqueles que possuem pelo menos R$ 1 milhão investidos. O Itaú aposta que esse perfil está cada vez mais interessado em estratégias sofisticadas e diversificadas, especialmente num cenário econômico cheio de incertezas.

O cenário por trás do lançamento

Os últimos anos foram marcados por um verdadeiro boom do crédito privado no Brasil. Para se ter uma ideia, só em 2024, os FIDCs atraíram R$ 120,9 bilhões em novos investimentos. Isso mostra que os investidores estão enxergando esses fundos como alternativas sólidas em meio à instabilidade global e às altas taxas de juros.

E não para por aí. Segundo a própria Itaú Asset, há poucos anos, o mercado secundário de crédito privado movimentava cerca de R$ 5 bilhões por mês. Hoje, esse número saltou para impressionantes R$ 40 bilhões.

Os riscos e as oportunidades

É claro que, como qualquer investimento, os FIDCs não são um mar de rosas. Eles oferecem menos volatilidade e retornos mais altos, mas, em compensação, têm menor liquidez – ou seja, não é tão simples resgatar o dinheiro a qualquer momento.

Outro ponto de atenção é o grau de risco do crédito que compõe cada fundo. Empresas muito alavancadas podem ter dificuldade em honrar seus compromissos, especialmente em tempos de juros altos. Não é à toa que muitos gestores – como a Porto Asset e o Pátria Investimentos – estão priorizando tranches seniores e empresas com baixo risco de crédito.

O veredito

O FIDC sem come-cotas do Itaú chega para consolidar o crédito privado como peça-chave nos portfólios dos investidores qualificados. Com a vantagem fiscal e um mercado cada vez mais maduro, a tendência é que produtos desse tipo ganhem ainda mais espaço nos próximos anos.

No fim das contas, o jogo dos investimentos exige estratégia. E, para quem busca rentabilidade robusta sem a mordida do come-cotas, esse fundo pode ser uma jogada de mestre.

Fonte: Bloomberg

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