Mercado de Olho: Selic Próxima do Fim e a Corrida pelos Ativos de Risco

O mercado financeiro não dorme, e cada movimento do Banco Central é analisado nos mínimos detalhes. Dessa vez, a atenção se voltou para o Copom (Comitê de Política Monetária), que confirmou o que já era esperado: um aumento de 1 ponto percentual na Selic. Mas o que pegou mesmo foi o tom da decisão – um sinal claro de que essa pode ser a última alta antes do início do ciclo de cortes.

E quando o Banco Central dá um aceno, os investidores correm para antecipar os movimentos. O resultado? Fundos imobiliários e outros ativos de risco engataram uma sequência de altas, refletindo a expectativa de juros mais baixos no futuro.

Juros Futuros e a Resposta do Mercado

O que manda no jogo não é só a taxa Selic de hoje, mas sim as expectativas para os juros futuros. Se o mercado acredita que o ciclo de alta está chegando ao fim, o fluxo de dinheiro começa a migrar de ativos mais seguros, como a renda fixa, para investimentos de maior risco, como ações e fundos imobiliários.

E é exatamente isso que estamos vendo agora. Marx Gonçalves, analista da XP, destacou no Morning Call que os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) estão subindo há 14 dias consecutivos, impulsionados pela perspectiva de cortes na Selic mais à frente.

A lógica por trás disso é simples: quanto menores os juros, mais atrativos se tornam os investimentos que dependem de crédito e crescimento econômico.

Hora de Ajustar a Estratégia

Para quem investe, o recado do mercado é claro: esperar demais pode significar perder o timing. O próprio Gonçalves reforça que quem aguarda a última alta da Selic e o primeiro corte para só então entrar no mercado, pode acabar pagando mais caro pelos ativos.

Isso vale especialmente para os fundos imobiliários, que costumam se valorizar quando a taxa de juros começa a cair. O motivo? Com juros mais baixos, o custo do crédito diminui, impulsionando o setor imobiliário e, consequentemente, os FIIs.

Além disso, um fator extra animou ainda mais os investidores: a exclusão dos rendimentos de FIIs e Fiagros da base de cálculo na proposta de tributação de alta renda. Se essa taxação tivesse sido incluída, poderia ter afastado grandes investidores desses ativos, reduzindo a liquidez e pressionando os preços para baixo.

O Que Esperar Agora?

O cenário ainda depende de como o Banco Central vai conduzir os próximos passos. Mas o mercado já está ajustando suas apostas para um ciclo de juros mais favorável ao longo do ano.

Se a inflação continuar convergindo para a meta e a atividade econômica desacelerar, a Selic pode começar a cair ainda em 2025. Isso abriria espaço para uma valorização ainda maior dos ativos de risco e uma migração mais forte dos investimentos.

5 Impactos Práticos Dessa Mudança no Mercado

  1. Fundos imobiliários valorizados – A expectativa de juros mais baixos pode continuar impulsionando os FIIs, tornando-os mais atraentes para investidores.
  2. Bolsa de Valores mais animada – Com menos pressão dos juros altos, as ações podem ganhar força, especialmente em setores sensíveis ao crédito.
  3. Renda fixa menos rentável – Investimentos como CDBs, Tesouro Direto e LCI podem perder atratividade conforme os cortes na Selic se aproximam.
  4. Crédito mais barato – Taxas menores tendem a reduzir os custos para financiamento de imóveis e empréstimos pessoais.
  5. Ajustes na carteira de investimentos – Quem se antecipar e diversificar agora pode aproveitar melhor as oportunidades antes que o mercado precifique tudo.

Conclusão: O Melhor Momento Para Agir É Agora

Se há algo que o mercado financeiro ensina, é que ele não espera por ninguém. Quem deixa para reagir só depois que as mudanças acontecem, normalmente chega atrasado e paga mais caro.

Se a Selic realmente atingir seu pico e começar a cair, o jogo muda completamente. Os ativos de risco passam a ser os queridinhos do mercado e quem se posicionou antes pode colher os melhores resultados.

Portanto, acompanhar os sinais do Copom, entender o comportamento dos juros futuros e ajustar a estratégia agora pode ser a chave para aproveitar essa virada do ciclo econômico.

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