CBF aposta em Ancelotti para limpar a própria barra — e o Brasil assiste de camarote

O futebol brasileiro é cheio de reviravoltas, mas essa talvez ninguém tenha previsto. Carlo Ancelotti, o senhor da serenidade europeia, desembarcou em solo brasileiro e, em questão de dias, virou praticamente um “BBB da CBF”. Cada passo seu, cada suspiro, cada sorriso — tudo virou conteúdo. Não se trata apenas de um novo técnico; trata-se de um espetáculo meticulosamente roteirizado onde a Confederação Brasileira de Futebol tenta, desesperadamente, vestir uma nova pele.

O novo rosto da Seleção — literalmente

Logo que pisou por aqui, Ancelotti não teve sossego. Da chegada triunfal ao aeroporto à selfie diante do Cristo Redentor, ele virou protagonista de uma saga midiática que deixaria até influencer com inveja. Era vídeo, era foto, era story, era post. A CBF praticamente largou o escudo e ergueu um novo símbolo: o treinador italiano.

É quase cômico — se não fosse estratégico.

Esse show todo não surgiu do nada. A entidade, ainda cambaleante com escândalos políticos e a queda de reputação nos últimos anos, viu em Ancelotti uma chance de ouro para limpar a casa. Ou, pelo menos, parecer que está limpando.

Um técnico? Mais que isso: uma marca global

Carlo não é só um vencedor. É um colecionador de taças. Real Madrid, Milan, Bayern, Chelsea… Se o futebol fosse um cassino, ele seria aquele jogador que sempre volta com fichas premiadas no bolso. Mas o que realmente chama atenção nessa nova fase é como ele virou, sem querer, um ativo de marketing.

O crescimento nas redes é só a ponta do iceberg: 1,1 milhão de novos seguidores em uma semana. E não parou por aí — a CBF também surfou na onda e conquistou 200 mil novos fãs. Coincidência? Nem de longe.

“Transferência de prestígio”: o plano por trás da cortina

Especialistas não demoraram a sacar a jogada. A CBF está tentando o clássico truque da “transferência de imagem”: grudar sua reputação desgastada na aura quase imaculada de Ancelotti. É como aquele amigo encrenqueiro que começa a andar com o aluno modelo na escola, só pra ver se melhora a fama.

E, veja só, até certo ponto, tá dando certo.

As interações dispararam, os comentários viraram elogios e, por um instante, o torcedor brasileiro esqueceu da bagunça nos bastidores. Mas há um porém — e ele pesa como um elefante na sala.

O marketing não faz milagre (ainda mais em campo minado)

A verdade é que nenhum carisma resiste sozinho à falta de estrutura. Ancelotti pode ser um mestre das táticas, mas não é feiticeiro. A imagem da CBF não vai se redimir só com vídeos bonitinhos e saudações em português com sotaque italiano. O torcedor quer resultado. Quer respeito. Quer futebol bem jogado, mas também quer ética fora do campo.

É como pintar as paredes de uma casa com rachaduras profundas: pode até enganar de longe, mas uma hora o reboco cai.

O torcedor é exigente — e não se ilude fácil

A chegada de Ancelotti reacende a esperança, claro. Mas também carrega um alerta. Se o projeto for só cosmético, o encanto se desfaz. E aí, a pergunta que ecoa entre os torcedores é dura como um chute na trave: “Se nem ele der conta… quem vai dar?”


5 impactos práticos desse movimento na vida do brasileiro:

  1. Mais visibilidade para a Seleção Brasileira, o que atrai patrocinadores e investimentos no futebol nacional.

  2. Retomada do orgulho nacional em torno da Seleção, após anos de desconfiança e decepção.

  3. Fomento ao consumo de conteúdo esportivo, com mais gente acompanhando treinos, bastidores e jogos.

  4. Estímulo ao marketing esportivo brasileiro, que começa a entender o peso das figuras públicas globais.

  5. Pressão por mudanças estruturais reais, já que a maquiagem midiática, sozinha, não convence por muito tempo.


E agora?

Se você achava que futebol era só bola rolando, é melhor repensar. A chegada de Ancelotti revela que, hoje, o jogo começa muito antes do apito inicial — e segue firme nas redes, nos bastidores e nas entrelinhas. O torcedor brasileiro, cansado de promessas vazias, está de olho.

Resta saber se esse novo capítulo será um golaço... ou mais um drible da esperança. De qualquer forma, o espetáculo está só começando — e o ingresso já foi pago. Tá preparado pra acompanhar até o apito final?

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