O SoftBank, gigante japonês conhecido por suas jogadas ousadas no mercado de tecnologia, está construindo um verdadeiro império em torno da inteligência artificial e da indústria de chips. Com novos aportes bilionários e parcerias de peso, a empresa sinaliza que enxerga no setor não apenas uma tendência, mas um caminho inevitável para o futuro da economia digital.
Intel: um movimento estratégico nos EUA
No dia 18 de agosto, o SoftBank anunciou um investimento de US$ 2 bilhões na Intel, reforçando sua crença de que a produção de semicondutores nos Estados Unidos vai crescer ainda mais nos próximos anos. A aposta também é simbólica: em um cenário de disputas geopolíticas e cadeias de suprimento frágeis, estar ao lado da Intel é como segurar a mão de um velho general em campo de batalha.
Stargate: um colosso de data centers
Outra peça central no tabuleiro é o Stargate, uma joint venture que une SoftBank, OpenAI e Oracle, com apoio declarado do governo norte-americano. O projeto pretende erguer até US$ 500 bilhões em data centers nos próximos quatro anos, criando uma infraestrutura robusta para a corrida global da IA.
As negociações demoraram mais que o esperado, mas o SoftBank garante que continua firme no objetivo. A recente entrada da Foxconn, que fabricará equipamentos em uma antiga planta de veículos elétricos em Ohio, mostra que o projeto não está apenas no papel: ele já começa a tomar forma no concreto.
OpenAI: o maior cheque da rodada
O SoftBank também lidera a impressionante rodada de US$ 40 bilhões da OpenAI, responsável pelo ChatGPT. Sua fatia de US$ 22,5 bilhões precisa ser cumprida até o fim de 2025. O número, quase hiperbólico, revela mais do que confiança: mostra a intenção do grupo de estar no centro da transformação que redefine como humanos e máquinas interagem.
Startups e aquisições: Perplexity, Ampere e Graphcore
A lista de investimentos não para por aí. O SoftBank já injetou recursos na Perplexity AI, startup que opera um motor de busca com IA e hoje vale cerca de US$ 14 bilhões.
Em março, desembolsou US$ 6,5 bilhões para comprar a Ampere Computing, especializada em chips para data centers com tecnologia baseada na arquitetura da Arm Holdings. E em 2024, adquiriu a britânica Graphcore, que já foi vista como rival da Nvidia, mas não conseguiu manter o fôlego sem novos aportes.
Arm Holdings: a joia da coroa
A Arm, controlada pelo SoftBank, abriu capital em 2023 e alcançou um valor de mercado de US$ 54,5 bilhões. Hoje, praticamente todo smartphone do planeta roda com tecnologia baseada em sua arquitetura. O plano é expandir além da venda de propriedade intelectual e avançar para o desenho de chips completos, consolidando ainda mais sua presença em servidores e dispositivos móveis.
Nvidia: o retorno ao gigante verde
O SoftBank já foi dono de 5% da Nvidia, mas vendeu sua participação em 2019, pouco antes da explosão da inteligência artificial. Agora, corre para recuperar o terreno perdido e já voltou a comprar ações, acumulando um portfólio de US$ 4,8 bilhões até junho deste ano.
Impactos práticos para o dia a dia
-
Mais data centers significam serviços digitais mais rápidos e estáveis para usuários comuns.
-
A competição por chips pode reduzir gargalos de produção, evitando escassez de dispositivos.
-
O avanço da IA no cotidiano deve gerar novas ferramentas para trabalho, educação e lazer.
-
A criação de polos tecnológicos pode abrir oportunidades de emprego altamente qualificado.
-
A descentralização da produção de semicondutores fortalece a segurança digital global.
Conclusão
O SoftBank não está apenas investindo em empresas: está fincando bandeiras no território onde se desenha o futuro. Ao apostar bilhões em chips e inteligência artificial, o conglomerado japonês busca ocupar a linha de frente de uma revolução que já começou. O próximo passo não será dado em silêncio, mas com o estrondo de máquinas ligando e servidores rugindo. A questão é: estaremos prontos para acompanhar esse ritmo?
Fonte: reuters